sábado, 15 de junho de 2013

E finalmente aceitaste encontrar-te comigo....

...esperava por ti na esplanada. O dia estava perfeito para mim, sol com um brisa suave.
Reconheci-te ao longe, sempre com o teu jeito característico, a tua forma única de ser. Impossível não te reconhecer, estás gravada na minha memória.

Conheço o teu jeito, e as tuas expressões. Sei quando algo te preocupa, ou se estás aborrecida com algo. Sei quando não gostas de alguma coisa que alguém te tenha dito ou feito. Sei olhar nos teus olhos e ver um pouco do que te vai na alma. Ou será que deva dizer "sabia", "conhecia"?

Enquanto caminhavas na minha direção ia pensando no que te iria dizer, no que te queria dizer.
Há já bastante tempo que não tinha esta oportunidade, queria aproveitá-la ao máximo.

Sempre que te vejo, há algo em ti que mexe comigo. Não me és totalmente indiferente, apesar de tudo, ou talvez por tudo. Estranho, não o sei justificar... Apesar de tudo considero-te alguém especial, já te o disse, não preciso repetir cada vez que te vejo.

Chegaste ao pé mim, cumprimentámo-nos como de costume. Dois amigos, nada mais.
Há meses que não tinha oportunidade para falar contigo, para saber de ti. Enchi-te de perguntas sobre como estavas, como estava a correr o teu trabalho, se continuavas a gostar, se querias algo diferente, se as tuas gatas estavam boas, e se o teu sobrinho já era um "homem grande". Tanta coisa para te perguntar, tanto que queria saber. Meti-me contigo, como sempre costuma fazer. Picar-te com assuntos políticos, falar na situação atual, sabes bem que gosto deste tipo de conversas e contigo tudo surge muito naturalmente. Adoro "discutir" contigo e escutar as tuas opiniões, às vezes tão diferentes das minhas, outra vezes tão parecidas, mas que eu adoro fingir que são diferentes.

Pelo meio, ias-me perguntando coisas, e eu respondendo com toda a sinceridade, como sempre o fiz e como me comprometi (comigo mesmo) a fazer sempre que falasse contigo. Gosto de falar contigo sobre a minha vida, não que tenha muito a contar, mas há pormenores que gosto de partilhar contigo.
Tu sabes que gosto de falar contigo, és das poucas pessoas, com quem consigo falar sobre tudo e muitas vezes sobre "nada". O silêncio contigo não me incomoda, nunca me incomodou, muitas vezes falou mais alto que muitas conversas.

Ficámos a falar, não sei bem precisar quanto tempo, se foi muito, se foi pouco, não o sei... Sei que gostei e como os dias estão grandes, não se nota tanto o passar do tempo. Adoro a Primavera, já tinha dito, não já??

Num dos poucos momentos de silêncio, apeteceu-me dizer e disse-te:
- Já tinha saudades tuas, sabias? Saudades de falar contigo assim, saudades de te ouvir, saudades de partilhar coisas contigo... Não sei se o sabias mas agora ficaste a saber. Por muito estranho que te possa parecer, é a verdade... Sabes uma coisa? Apesar de tudo, ainda não me esqueci. Eu sei que preferiste afastar-te de mim,  e eu como sabes, respeito e vou respeitar sempre as tuas decisões. Talvez para ti tenha sido melhor, não quero causar problemas na tua vida. Mas para mim, não mudou muito.. Aliás se mudou, foi só o facto de ter mais saudades tuas, agora que pouco falo contigo. Continuo a lembrar-me de ti, e às vezes até imagino coisas (não tantas vezes como antes, mas de quando em quando escapa-me, é mais forte do que eu). Fiquei muito feliz por teres aceite vir ter comigo. É algo que realmente gosto, e do qual sentia realmente falta. Faz-me falta alguém como tu, alguém com quem eu consiga falar sobre tudo sem grandes problemas. Obrigado por teres vindo.
Não sei se voltarei a ter uma oportunidade como esta, por isso queria-te agradecer e queria que ficasses soubesses que senti a tua falta, mesmo apesar da distância, do pouco contacto e de tudo o mais que está pelo meio. E não julgues que vivo preso a ti, és algo que não consigo explicar bem na minha vida, mas não vivo agarrado ao passado, acredita em mim. Obrigado M.

Foi para mim o momento mais intenso da conversa. Aqui escrevi o que disse, o que tu disseste fica entre as minhas linhas. E assim chegou ao fim, tu tiveste de ir e eu tive de te deixar partir. Tens um namorado, tens uma relação estável, nunca me quis intrometer, mas não me podes pedir para me afastar de quem eu realmente gosto. Apenas respeito a distância, pelo respeito que tenho por ti. Porque por mim falaria muito mais contigo.

E assim se passou o final de tarde. Para mim foi um bom dia. Voltei para casa, com uma sensação estranha no peito, mas melhor que tudo, voltei para casa sabendo que tinha feito o que achava correto, o que achava ser o mais certo.

Se algum dia me apeteceu dar-te um beijo a meio de uma frase, sim apeteceu-me, muito. Mais vezes do que as poderei enumerar. Se algum dia o fiz ou tentei fazer, não. É algo que pode ficar na minha imaginação. Tenho gosto em falar contigo e é por isso que falo. Não procuro o que não possa ter.

Tenho perguntas que não as faço, não são corretas, nem acertadas, mas ainda assim...
Gostava muito de saber se durante este tempo em que te afastaste de mim, se voltaste a lembrar-te algumas vezes de mim, se pensaste alguma vez como eu estaria, ou o que estaria a fazer, se viste alguma coisa que gostarias de partilhar comigo, se tiveste vontade de falar comigo mas não o fizeste.


E pronto foi assim a minha tarde de sexta feira...


....se realmente aconteceu?
Não... Não estive contigo, nem falei contigo. Não te vi, nem te fui visitar. Não te fiz nenhuma surpresa, nem te perguntei como estavas.

Porque hoje (assim como em todos os outros dias) nada soube de ti.
Porque esta sexta feira foi apenas a minha imaginação....



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