segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Madrugada...

É de madrugada e vejo-te dormir. O teu rosto sereno, o teu corpo adormecido, a tua respiração tranquila. Transmites-me paz, amor e algo mais que não sei explicar. Não consigo adormecer, não te quero perder.
Não quero sonhar, apenas quero viver. Quero viver para ti, quero viver o nosso amor, quero respirar a nossa paixão. Dormes e eu vejo-te dormir. És simplesmente tu, na tua simplicidade, algo tão complexo que não te consigo compreender, apenas te consigo sentir.
Gosto de sentir o calor do teu corpo junto do meu, gosto de te sentir por perto. A noite segue o seu rumo, não querendo saber do que se passa. Não cede a pedidos, não concede desejos. Quero aproveitar este momento, quero ficar nele o tempo que eu quiser, mas a noite não ouve o meu pedido.
Mexes-te ligeiramente, respiras fundo, abres os olhos... Esse olhar onde eu me perco tantas vezes, onde eu vagueio sem me cansar. Esse olhar que me prende, que me hipnotiza, que me diz quem tu és, sem no entanto nada me dizer. Esse olhar que tudo e nada revela acerca de ti. Esse olhar pelo qual eu me apaixonei, esse olhar que me faz parar de respirar, esse olhar que me faz acreditar, esse olhar onde vejo o amor, sem saber o que Ele é.
Olhas-me nos olhos, e perguntas-me o que faço acordado... No meu olhar vês as respostas, o silêncio entre nós, diz-nos mais que a maior das conversas. Porque nem só a falar nos entendemos, o silêncio faz parte das nossas conversas, das nossas partilhas. És tu e sou eu, somos nós, seremos nós.
Beijo-te suavemente, sinto a tua doce respiração, os teus lábios suaves... Aproximo-me de ti, deslizo a mão pela tua pele. Sinto o teu corpo estremecer... Olhas-me com carinho, passas a mão pela minha cara, adoro sentir o teu toque. Adoro sentir-me desejado e amado, ser acariciado por ti, ser o centro das tuas atenções, ser o desejo do teu coração.Pouso a cabeça no teu peito, oiço o teu coração, não sei quanto tempo passa, não sei se adormeço, sei que quando dou por mim, estamos os dois abraçados...
Desejo-te de uma forma que não consigo descrever, quero-te de uma forma que não consigo explicar.
Tenho medo de te voltar a beijar, pois sei onde isso me irá levar. Sei que não vou conseguir parar. Sei que não me vais deixar parar. Beijamo-nos, aproximamos os nossos corpos, sinto-te perto, mas quero sentir mais. Beijamo-nos cada vez mais intensamente, com sofreguidão, com paixão, com desejo.
A tua respiração está cada vez mais acelerada, a minha já nem a sinto... Vivo apenas o momento, satisfazendo os desejos dos nossos corpos, as vontades reprimidas, os pedidos envergonhados.
Percorro o teu corpo com o olhar, e para nada me falhar, a mão desliza atrás do meu olhar. Sei que és minha sem o seres, sei que sou tu sem o ser. Somos um do outro neste momento, somos só nós os dois e a noite como testemunha. Somos cúmplices da paixão... Deixamo-nos levar, ao sabor do nosso desejo, ao sabor das nossas vontades... Sei o que tu queres, faço-o sem pensar, faço-o por sentir que é o certo. Envolvidos os dois, entrelaçados um no outro, ardentes e ofegantes, nada mais existe para nós.
A noite que guarda os nossos segredos avança no seu ritmo...
Passam-se minutos, horas, não o sei precisar... Perdemos a noção do tempo, no êxtase da nossa paixão, somos mais que dois simples corpos, somos mais que dois amantes, somos mais que nós próprios... Entregamo-nos ao prazer, os corpos suados, a respiração descontrolada, a paixão acalmada, o amor reforçado...
E volto ao inicio..
Pouso a cabeça no teu peito, e oiço o teu coração...


Acordo, é de madrugada... A noite segue o seu caminho, olho para o meu lado... Está frio e vazio... Estou sozinho e tu... Não sei onde estás... Provavelmente nos braços de outro, procurando aquilo com o que eu sonhei... Um sonho que ao acordar se torna um pesadelo do qual não posso despertar... Faltas tu, ao meu lado, o meu coração pede à noite que te traga para junto de mim, mas a noite não concede desejos... No silêncio da noite, penso em ti, sem saber se pensas em mim...
No silêncio da noite sinto o meu coração chamar pelo teu, gritos mudos. Não me olhas nos olhos, se olhasses saberias...
É de madrugada, e fecho os olhos, não tenho ninguém para ver, não tenho nada para desejar...
De manhã será um novo dia sem ti, mas isso já eu estou habituado. Mas agora volto a adormecer, pois
é de madrugada...

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